The Lurker e a Matemática (ou poeminha besta para não iniciados)
"The Möebius Strip is a thing,
Which somewhat resembles a ring.
But given the strenght
To travel its lenght,
You still haven´t done anything"
(by Okie Pokie)
The Lurker Says: mais uma fugitiva do IMPA... (onde está a fita?)
outubro 08, 2003
outubro 07, 2003
The Lurker Advice
Há muitos anos participei de uma modalidade de serviço voluntário cuja finalidade é fornecer suporte a pessoas e situações de crise. Uma das grandes lições que tirei na ocasião foi o cuidado que se deve ter quanto a aconselhar quem quer que seja a fazer alguma coisa. A responsabilidade com o que se diz e o que as palavras causam é uma preocupação que me acompanha desde então. Deixe que a pessoa encontre seu próprio caminho.
Ocorreu entretanto que saí para conversar com uma amiga, que dizia estar sofrendo com problemas no trabalho e insatisfeita com suas atividades. Dessa conversa surgiu uma série de reflexões sobre sua atuação profissional, o que desejava fazer, e o que vinha fazendo nos últimos anos. Essa reflexão a levou a uma conclusão bastante séria: mudar de emprego. Mesmo que isso representasse um interstício na carreira - se me permitem o eufemismo.
É preciso que se diga que, de acordo com o que ela mesma relatou, as atividades que tem executado em seu trabalho realmente não são recompensadoras, em especial considerando se sua formação. Conheço-a desde o tempo da universidade, e é fato que desde então sua competência era reconhecida. Aqueles que, como eu, foram seus contemporâneos concordam que era realmente das boas alunas que o curso tinha formado. Nada mais lógico do que ela estar agora descontente a receptividade que seu trabalho teria gerado.
Mesmo considerando o duro processo seletivo para entrar na organização, diria que existe pessoa mais capacitada do que ela para essa atividade, desde que esta outra pessoa não tivesse um perfil intelectual e profissional tão desenvolvido. Em resumo, concordo com seus motivos, mas preocupo-me quando ela me diz que foi em parte em decorrência de nossa conversa que decidiu tomar novo rumo. Como aceitar essa responsabilidade?
Ela diz que passou a acreditar na possibilidade de investir na carreira por algum tempo mesmo que isso implique receber um salário menor. Note-se que o atual é realmente muito bom. Conquanto esta decisão seja de sua única e exclusiva competência, não posso deixar de me sentir envolvido, por ter colocado "pilha", mesmo que esta "pilha" não seja minha.
O que lhe contei se baseou no que efetivamente tenho implementado em minha carreira (não sou hipócrita, ao menos). Tenho certeza de minha autenticidade, na medida em que tudo que fiz foi apresentar fatos os quais eu mesmo vivi. Entretanto, acreditar que possa ter esse tipo de influência na vida de outra pessoa me causa certo desconforto. Meus pontos de vista foram, e são, fundamentados na experiência.
Minha história se ancora no que tenho feito, nos riscos que corri, minhas quedas, muitos erros e poucos acertos. As dores, receios, medos e angústias dela eram os mesmos que eu sentia a menos de um ano. Em nossas conversas, senti-me em contato com estas dificuldades e ansiedades. Acredito estar genuinamente próximo a sentimentos semelhantes.
O que fazer então? Nada. Esperar pelo melhor. Se por um lado receio pelos resultados de suas decisões, por outro não posso deixar de apreciar a reaproximação, mesmo decorrente deste estado de coisas...
Hoje foi seu último dia de trabalho...
The Lurker Says: Marrocos! Compostela! Voe!
Há muitos anos participei de uma modalidade de serviço voluntário cuja finalidade é fornecer suporte a pessoas e situações de crise. Uma das grandes lições que tirei na ocasião foi o cuidado que se deve ter quanto a aconselhar quem quer que seja a fazer alguma coisa. A responsabilidade com o que se diz e o que as palavras causam é uma preocupação que me acompanha desde então. Deixe que a pessoa encontre seu próprio caminho.
Ocorreu entretanto que saí para conversar com uma amiga, que dizia estar sofrendo com problemas no trabalho e insatisfeita com suas atividades. Dessa conversa surgiu uma série de reflexões sobre sua atuação profissional, o que desejava fazer, e o que vinha fazendo nos últimos anos. Essa reflexão a levou a uma conclusão bastante séria: mudar de emprego. Mesmo que isso representasse um interstício na carreira - se me permitem o eufemismo.
É preciso que se diga que, de acordo com o que ela mesma relatou, as atividades que tem executado em seu trabalho realmente não são recompensadoras, em especial considerando se sua formação. Conheço-a desde o tempo da universidade, e é fato que desde então sua competência era reconhecida. Aqueles que, como eu, foram seus contemporâneos concordam que era realmente das boas alunas que o curso tinha formado. Nada mais lógico do que ela estar agora descontente a receptividade que seu trabalho teria gerado.
Mesmo considerando o duro processo seletivo para entrar na organização, diria que existe pessoa mais capacitada do que ela para essa atividade, desde que esta outra pessoa não tivesse um perfil intelectual e profissional tão desenvolvido. Em resumo, concordo com seus motivos, mas preocupo-me quando ela me diz que foi em parte em decorrência de nossa conversa que decidiu tomar novo rumo. Como aceitar essa responsabilidade?
Ela diz que passou a acreditar na possibilidade de investir na carreira por algum tempo mesmo que isso implique receber um salário menor. Note-se que o atual é realmente muito bom. Conquanto esta decisão seja de sua única e exclusiva competência, não posso deixar de me sentir envolvido, por ter colocado "pilha", mesmo que esta "pilha" não seja minha.
O que lhe contei se baseou no que efetivamente tenho implementado em minha carreira (não sou hipócrita, ao menos). Tenho certeza de minha autenticidade, na medida em que tudo que fiz foi apresentar fatos os quais eu mesmo vivi. Entretanto, acreditar que possa ter esse tipo de influência na vida de outra pessoa me causa certo desconforto. Meus pontos de vista foram, e são, fundamentados na experiência.
Minha história se ancora no que tenho feito, nos riscos que corri, minhas quedas, muitos erros e poucos acertos. As dores, receios, medos e angústias dela eram os mesmos que eu sentia a menos de um ano. Em nossas conversas, senti-me em contato com estas dificuldades e ansiedades. Acredito estar genuinamente próximo a sentimentos semelhantes.
O que fazer então? Nada. Esperar pelo melhor. Se por um lado receio pelos resultados de suas decisões, por outro não posso deixar de apreciar a reaproximação, mesmo decorrente deste estado de coisas...
Hoje foi seu último dia de trabalho...
The Lurker Says: Marrocos! Compostela! Voe!
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